O tema da nossa matéria de hoje é comidas remosas, enfim iremos conhecer diversos fatos e curiosidades a respeito.
Vamos saber quais comidas são essas e o que a ciência diz a respeito delas. Se ficou curioso te convido a embarcar no mundo dos alimentos remosos!
O que são comidas remosas?
Aqui no Brasil, em especial no Norte e Nordeste, acreditasse que um grupo de alimentos popularmente chamados de remosos, possam por exemplo, provocar alergias, piorar inflamações e atrapalhar a cicatrização da pele.
Em função dessas crenças, pessoas em pós operatórios ou por qualquer motivo que tenham ferimentos no corpo são adivertidos a deixarem esses alimentos de fora do cardápio.
A lista de alimentos remosos é bem grande, porém, alguns itens popularmente conhecidos são.;
- Carne de porco e derivados, amendoim, mortadela, caranguejo, camarão, crustáceos, carneiro, pato, moluscos, carnes de caça (paca, capivara, etc), chocolate, calabresa e peixes de couro.
Segundo dados da literatura
O que os alimentos remosos costumam ter em comum, é a alta concentração de gorduras e proteínas e também estão associados a animais de dieta carnívora e detritívoros, como os peixes cascudos, caranguejos e camarões.
Origem
Os hábitos alimentares da nossa população, incluem alguns tabus como os alimentos remosos.
Acreditasse que sua origem foi decorrente em parte, da miscigenação cultural indígena, negra e colonizadores portugueses ocorrida na formação da nossa população.
No dicionário
Você sabia? O adjetivo reimoso pode ter outros sentidos, não apenas qualquer coisa que faz mal ao sangue, mas também pessoas mal-humoradas e rabugentas.
A palavra reima é uma variação de reuma, que vem da palavra reumatismo, o que de origem quer dizer corrimento ou catarro.
Remoso e a ciência
O termo remoso não se trata de uma classificação científica e sim apenas uma expressão ligada à sabedoria popular.
A contra-indicação dos alimentos desse grupo embora não seja totalmente aceita pela classe médica, é frequentemente feita por alguns médicos à pessoas em pós-cirúrgicos.
A comprovação da fisiopatologia da ação desses alimentos sobre os processos de cicatrização e inflamatório, todavia ainda é pouco estudada.
Uma das hipóteses para a ação dos remosos, estaria no processo inflamatório ligado à ativação da imunidade inata.
Deste modo, esses alimentos poderiam conter micro-organismos específicos que não são destruídos mesmo após o cozimento, o que ativaria a resposta inflamatória.
Uma outra possibilidade estaria ligada a fatores genéticos e também alimentos ricos em um composto pró inflamatório chamado ácido araquidônico.
A várias evidências, no entanto, apenas parte das pessoas mostram-se sensíveis aos alimentos remosos.
A nutricionista Maria Lúcia Barreto Sá, nutricionista da Universidade Estadual do Ceará esclarece que:
- “O que o povo chama de remoso talvez seja um alergênico, que provoca reações apenas em determinadas pessoas: coceira, diarreia e até intoxicações mais sérias em pacientes alérgicos”
Isto mostra que esses alimentos podem não fazer mal a qualquer pessoa, e sim aos propensos a terem reações alérgicas a eles.
Considerações finais
A ação dos alimentos remosos sobre a cicatrização e/ou inflamação ainda necessita de estudos que a comprovem cientificamente.
No entanto, fica claro que o mecanismo fisiopatológico se trata de algo que vai além de um simples tabu alimentar.
Embora a ingestão desses alimentos possa ser um problema para algumas pessoas no pós cirurgia, de fato nesse período é recomendado uma dieta com alimentos ricos em vitamina C e ômega 3.
- Por exemplo: abacaxi, laranja, morango, acerola, goiaba e frutas vermelhas, como cereja e uva.
Já alguns peixes também podem trazer benefícios, por exemplo, salmão, atum, sardinha, anchovas e cavala.
Referências:
- Life extension.com/-inflammation-by-eating
- Science Daily – Food Taboos In Brazil