Se você tem algum ferimento no corpo já deve ter ouvido sobre alimentos que atrapalham a cicatrização.
Popularmente eles são chamados de alimentos remosos ou carregados.
Embora nem todos estejam familiarizados com esse termo, ele é muito comum na cultura popular do Norte e Nordeste.
A crença abrange vários alimentos tidos como remoso, como a carne de porco e camarão, mas será que o quiabo é remoso também?
Sobre o quiabo
Abelmoschus esculentus, é o nome científico de uma planta a qual seu fruto é conhecido como quiabo.
A planta é originária da África e provavelmente chegou por aqui através dos escravos.
Rico em vários nutrientes e baixo em calorias, o quiabo é muito usado na culinária em pratos típicos.
Quiabo é remoso ou não?
Segundo o clínico geral, Dr Alejandro Martinez, não há evidências científicas que o quiabo possa atrapalhar a cicatrização de uma cirurgia recente.
O médico explica que o quiabo não atrapalha a cicatrização da pele, pelo contrário, ele é muito saudável.
Em geral, o alimento é seguro para a maioria das pessoas, com exceção em casos de alergia ou intolerantes ao quiabo.
Durante a cicatrização do nosso corpo, ele precisa estar bem nutrido para uma boa recuperação.
Nutrientes no quiabo.
Em 100 gramas de quiabo há 21 mg de vitamina C, apontou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
A vitamina C está envolvida em todas as fases da cicatrização, estudos mostraram que a ingestão é essencial para a cicatrização do corpo.
Inclusive, a vitamina C aumenta a imunidade e ajuda a amenizar gripes, resfriados e diminuir o stress.
Pesquisas revelam que a vitamina combate os radicais livres e participa na produção de fibras colágenas que conferem resistência à pele.
Por isso, o consumo da vitamina C é essencial para quem tem fraturas, contusões ou está em processo de cicatrização.
Vale dizer que o quiabo tem baixo teor calórico, com somente 33 calorias em 100 gramas do alimento.
Além disso, ele é rico em fibras e carrega vitaminas B1 e A, assim como os minerais magnésio, cálcio e potássio.
Comidas que ajudam na cicatrização.
De acordo com a clínica UnityPoint Health, com sede em West Des Moines, nos USA, alguns nutrientes são essenciais no pós-operatório.
Por exemplo, a proteína e o zinco ajudam na cicatrização de ferimentos, enquanto a vitamina B12 atua na formação de novas células sanguíneas.
Já os alimentos ricos em fibras e probióticos fortalecem o sistema imune e melhoram o funcionamento do intestino.
Onde encontrar esses nutrientes?
As proteínas estão em alimentos de origem animal, como;
- Ovo
- Leite
- Iogurte
- Queijos
- Carne bovina, aves e peixes
Já a vitamina C, está mais presente nas frutas cítricas, confira logo abaixo;
- kiwi
- morango
- acerola
- limão
- laranja
- goiaba e muitas outras
O zinco está em maiores porções em alimentos como a carne bovina, castanhas, cereais integrais, peixes e aves.
Por fim, a vitamina B12 é abundante em alimentos como fígado, leite, ovos, peixes e frutos do mar.
Quais alimentos evitar depois da cirurgia?
De acordo com uma publicação da Escola de Medicina Harvard, alguns alimentos têm efeito pró inflamatório no corpo.
Vale a pena evitar pão branco, frituras, alimentos e bebidas ricas em açúcar.
Além disso, o ideal é limitar comidas processadas, como hambúrgueres e salsichas, pois são ricos em gorduras saturadas, sódio e conservantes.
Conhecendo os alimentos remosos
Segundo o conhecimento popular, algumas características tornam um alimento ofensivo em certos estados do organismo.
Por vezes, alimentos ricos em gorduras são considerados remosos.
A exemplo dos crustáceos, carne suína, peixes de couro e até algumas frutas estão passíveis do termo.
Acredita-se que esses alimentos devam ser evitados em certas condições, como por exemplo, após cirurgia, resguardo e ferimentos na pele.
No entanto, essas crenças e restrições alimentares não têm fundamento na ciência, se não na cultura popular brasileira.
Fontes:
- https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/foods-that-fight-inflammation
- https://fdc.nal.usda.gov/fdc-app.html#/food-details/1103528/nutrients
- https://www.unitypoint.org/waterloo/article.aspx?id=333d5032-1ca3-4769-bb05-c0302bc31fe6