Quem nunca ouviu falar que peixe é remoso? Pois é, essa expressão é bastante comum, mas será que ela tem fundamento?
No imaginário popular, alimentos considerados “remosos” podem causar inflamação ou dificultar a cicatrização da pele, e é por isso que, após uma cirurgia ou até mesmo uma tatuagem, há quem evite certos alimentos, como carne de porco, ovos e frutos do mar.
No caso dos peixes, a crença é que os sem escamas, como bagres e enguias, são “remosos”. Esses peixes, ao contrário dos escamosos, têm o corpo coberto por couro liso e, curiosamente, sobrevivem sem a proteção tradicional das escamas. Muitas dessas espécies são carnívoras ou omnívoras.
Mas de onde vem essa ideia? Embora até hoje não se saiba ao certo, muitos acreditam que a crença tem raízes em tradições religiosas e dietéticas, como as leis de kashrut do judaísmo, que proíbem o consumo de peixes sem escamas e barbatanas.
No Livro de Levítico, por exemplo, está escrito: “Qualquer animal aquático que não tenha barbatanas ou escamas vos é proibido, pois é considerado impuro.”
Porém, a ciência não confirma que consumir pescados sem escamas seja prejudicial à saúde. Na verdade, esses peixes também são fontes de nutrientes valiosos para o nosso corpo.
Peixes considerados remosos ou de couro
Aqui estão alguns exemplos de peixes sem escamas que, segundo a crença popular, são remosos:
- Mandi
- Viola
- Mapará
- Panga
- Pintado
- Bagre
- Barbado
- Piracatinga
- Piraíba
- Moréia
- Peixe-porco
- Pacamã
- Mapará (Hypophthalmus)
- Cavalinha
- Filhote
- Arraia
- Vongole
- Peixe-serra
- Caçonete
- Piramboia
- Coroatá
- Pirarara
E os peixes que não são remosos?
Por outro lado, as espécies com escamas são amplamente aceitas e podem ser consumidas sem preocupações. Aqui estão alguns dos principais peixes com escamas:
- Corvina
- Matrinxã
- Bacalhau
- Manjuba
- Anchova
- Peixe bonito
- Peroá
- Traíra
- Dourado
- Pirarucu
- Merluza
- Pescada
- Xaréu
- Tucunaré
- Mero
- Namorado
- Xerelete
- Aracu
- Pacu
- Curimbatá
- Robalo
- Linguado
- Salmonete
- Tainha
- Cará
- Lambari
Cuidados ao consumir peixes;
Embora o consumo de peixes seja amplamente saudável, algumas pessoas podem desenvolver alergia a esses alimentos. Isso geralmente acontece em quem tem predisposição genética para alergias.
Caso você já consuma peixe com frequência e nunca tenha sentido reações adversas, provavelmente não há motivo para preocupação.
De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, a alergia a peixes é uma reação exagerada do sistema imunológico e pode causar sintomas como coceira, rubor, inchaço e até falta de ar.
No entanto, os alimentos mais comumente associados a alergias são leite, amendoim, nozes e frutos do mar.
Além disso, é essencial garantir que o peixe esteja bem conservado e livre de contaminação.
O manuseio inadequado e o armazenamento incorreto podem levar à proliferação de bactérias e toxinas, prejudicando a digestão e, consequentemente, a saúde.
Benefícios dos peixes para a saúde;
Quando consumido de forma adequada, o peixe é uma excelente fonte de vitaminas, minerais, proteínas e gorduras saudáveis, com ação anti-inflamatória.
O salmão, a sardinha, o arenque, o filé de merluza, a truta e a cavala são apenas alguns exemplos de peixes nutritivos que ajudam não só na cicatrização da pele, mas também na saúde do corpo como um todo.
É importante, no entanto, ficar atento ao modo de preparo. Fritar os alimentos pode gerar um efeito inflamatório no corpo, o que pode anular os benefícios de muitos desses peixes.
Estudos de Harvard mostram que comidas fritas, assim como aquelas ricas em açúcar ou carnes processadas, podem piorar a inflamação no organismo, devido ao alto teor de gorduras saturadas e conservantes.
Por outro lado, uma dieta rica em frutas, verduras e legumes tem sido comprovadamente eficaz no combate à inflamação.
Curiosidades
Sabia que existem mais de 34.000 espécies de peixes conhecidas?
Eles são, de longe, o grupo de vertebrados mais diversificado do planeta. Alguns, como o peixe-elétrico e a enguia-elétrica, têm a capacidade de gerar eletricidade, usando-a para se defender, caçar e até mesmo se comunicar!
Já o mudskipper, ou peixe-andarilho, tem nadadeiras que funcionam como patas, permitindo que ele se movimente pela terra em busca de novos corpos d’água.
E por fim, a lampreia, um peixe com a fama de “vampiro”, possui dentes afiados que se fixam em outros animais e sugam seu sangue.
Conclusão
O conceito de que o peixe é remoso quando não tem escamas e é coberto por couro é, na verdade, uma crença popular, sem respaldo científico.
O que sabemos é que tanto os peixes com escamas quanto os sem escamas são fontes importantes de nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas, minerais e ômega-3, com excelentes propriedades anti-inflamatórias.
Portanto, as preocupações sobre peixes remosos estão mais relacionadas a crenças culturais do que a verdades científicas. Para aproveitar todos os benefícios dos peixes, basta ter cuidado com o modo de preparo, armazenamento e a procedência do alimento.
Não tenha receio de incluir peixes na sua dieta. Eles podem ser grandes aliados para a sua saúde e recuperação!